Cultura

“Ser Pai é Viagem Mais Psicadélica em Que Alguma Vez Embarquei!”

O empreendedor Dennis Walker, fundador da Mycopreneur partilhou recentemente no MAPS Bulletin um testemunho íntimo sobre a transição para a paternidade — uma viagem marcada por experiências psicadélicas, revelações pessoais e a reinvenção da sua espiritualidade.

O momento decisivo surgiu em Sayulita, no México, durante um colóquio psicadélico. Walker descobriu que ia ser pai pouco tempo depois de, com a esposa, decidir começar a tentar. A notícia não só mudou a sua vida prática, como reorientou o seu olhar sobre a comunidade psicadélica: de repente, tudo aquilo que parecia abstrato passou a ter uma dimensão concreta e urgente.

Psicadélicos como espelho da transformação

Entre os momentos mais marcantes que relata, destaca-se uma experiência com cetamina em contexto legal e seguro. Nesse estado de dissolução do ego — o chamado K-Hole — Walker teve uma visão clara: a sua missão agora era preparar-se para cuidar do filho. Essa certeza surgiu antes do nascimento, funcionando como uma bússola interna para o caminho da paternidade.

Do transcendental ao quotidiano

Após o nascimento, a espiritualidade elevada deu lugar ao chão das rotinas diárias. Trocar fraldas, alimentar o bebé, observar os primeiros gestos de desenvolvimento — tudo se transformou numa prática de presença e devoção. Walker fala da paternidade como uma iniciação, tão ou mais transformadora do que qualquer “viagem” com psicadélicos.

Uma comunidade em construção

Walker levou esta reflexão mais longe ao participar no painel “Psychedelic Fatherhood: Transforming Families One Dad at a Time”. O objetivo: abrir espaço para discutir como os psicadélicos podem influenciar novas formas de viver a parentalidade.
Um dos seus mentores, Cesar Marin, defende a importância da honestidade e do diálogo aberto com os filhos. Para Marin, esconder ou estigmatizar os psicadélicos perpetua medo e desinformação — enquanto falar deles com clareza e respeito cria bases de confiança familiar.

“Ser pai é a viagem mais psicadélica em que alguma vez embarquei”, conclui Walker, lembrando que a presença diária pode ser tão transformadora quanto qualquer estado alterado de consciência.

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