São Pedro (Mescalina)

San Pedro (Huachuma / Wachuma, Giganton, aguacolla)é um cacto nativo da América do Sul. É utilizado para fins religiosos e medicinais pelo povos nativos.

O San Pedro pode provocar sentimentos de empatia, introspecção, dissolução de ego, e também visões. Dos vários alcalóides que contém, a mescalina é responsável pelos seus efeitos psicoativos.

O San Pedro (Echinopsis pachanoi) é um cacto colunar nativo da América do Sul tradicionalmente usado para fins médicos e religiosos. As primeiras evidências do uso de San Pedro foram encontradas no Peru e pensa-se que o uso contínuo de San Pedro se estende até ao período colonial espanhol, de onde datam documentos escritos por conquistadores que descrevem os efeitos de San Pedro quando ingeridos pelos povos nativos, e também pela existência de evidências arqueológicas. Mais tarde, o San Pedro passou a ser usado de forma sincrética, misturando elementos tradicionais com elementos cristãos. As cerimónias de San Pedro existem há mais de 3000 anos e possivelmente até cerca de 8000.

O San Pedro contém um conjunto vasto de alcalóides, muitos dos quais poderão ter efeitos terapêuticos ainda desconhecidos. A mescalina é o alcalóide psicoactivo mais bem estudado do San Pedro, e está também presente no cacto Peiote. A mescalina liga-se a muito receptores de serotonina no cérebro embora os seus efeitos psicadélicos sejam provavelmente devidos à sua acção sobre os receptores da serotonina 5-HT2A. A mescalina também interage com os receptores de dopamina, aumentando a quantidade de dopamina disponível para as células nervosas. O aumento dos níveis de dopamina causado pela mescalina poderá explicar as respostas eufóricas e emocionais a San Pedro.

Os efeitos psicológicos do San Pedro são geralmente descritos como semelhantes aos do peiote, embora as doses usadas tradicionalmente não pareçam ser altas o suficiente para produzir uma experiência psicoativa. No entanto, grupos neo-xamânicos usam doses mais altas de San Pedro, de modo que os efeitos que ocorrem são semelhantes aos produzidos pelos “psicadélicos clássicos”, como LSD, o DMT e a psilocibina. Esses efeitos podem incluir visões com olhos fechados e abertos, mudança profunda na cognição, percepção e consciência, mudanças na percepção de tempo e de espaço e experiências místicas.

Embora a investigação sobre o potencial psicoterapêutico do San Pedro seja escassa, estudos realizados nas décadas de 50 e 60 revelaram que a mescalina podia ser utilizada para tratar com sucesso a dependência e a depressão. Estudos mais recentes sugerem, por exemplo, que a mescalina pode aumentar o fluxo sanguíneo e a actividade no córtex pré-frontal, a área do cérebro responsável pelo planeamento, resolução de problemas, regulação emocional, e comportamento. A baixa actividade nesta área está ligada à depressão e ansiedade, levando os cientistas a supor que a mescalina poderia ajudar a aliviar os sintomas destas perturbações.

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Fonte: discountcactus.com

Dado que a mescalina também ativa os receptores de serotonina e dopamina, isto poderia ajudar a melhorar o humor e reduzir os sintomas depressivos e a depressão. De facto, um dos usos terapêuticos tradicionais do peiote era como antidepressivo, e os índices de depressão são alegadamente baixos entre os membros da Igreja Nativa Americana, onde o uso do peiote é comum. No contexto da psicoterapia, a mescalina também pode ser útil para reviver ou relembrar memórias reprimidas. Em cenários tradicionais, a mescalina tem sido utilizada para aliviar sintomas de febre, dores de cabeça, insolação e artrite.

Devido ao seu estatuto de substância controlada internacionalmente, e também devido à longa duração da experiência, a investigação sobre o potencial de danos da mescalina – especialmente a longo prazo – tem sido limitada. Uma dose letal nunca foi identificada e não existem registos de mortes por overdose de Mescalina. A Mescalina não é recomendada para pessoas com problemas hepáticos, pois a maioria da mescalina consumida vai directamente para o fígado, embora tenha sido administrada a muitos alcoólicos crónicos nas décadas de 50 e 60, sem quaisquer complicações óbvias. O San Pedro pode não ser seguro em combinação com MAOIs (naturais ou sintéticas), incluindo os antidepressivos fenelzina (Nardil) e tranilcipromina (Parnate).

Nota: Esta informação foi adaptada das fontes abaixo indicadas (entre outras), onde está disponível mais informação.