Ciência

“Golf Trip” – A Ciência dos Psicadélicos Chega ao Golfe (GolfDigest)

Segundo um artigo publicado recentemente na revista GolfDigest, parece estar a surgir um interesse nos jogadores de golfe em explorar os potenciais benefícios associados ao uso de substâncias psicadélicas como a psilocibina e a Ayahuasca. “A psilocibina permite-me respirar fundo, o que não conseguia fazer há anos”, diz um jogador do PGA Tour. O mesmo jogador refere ainda que a substância permitiu-lhe “avaliar autenticamente cada momento, sem julgamento ou medo, e criou um sentimento de liberdade como nenhuma outra”.

De acordo com um porta-voz do PGA Tour, o programa antidoping do tour segue a lista da WADA (Agência Mundial Antidoping) como critério orientador para a decisão sobre quais as substâncias e métodos proibidos no golfe profissional. Como a psilocibina não é uma substância registada nesta lista, a mesma não é testada nos laboratórios credenciados pela entidade. De acordo com a Conselheira do Golf Digest Professional, Dr. Ara Suppiah, mesmo que tal acontecesse, a psilocibina é metabolizada no organismo num período muito curto, tornando possível que um jogador tome a substância numa terça-feira e não seja assinalado num teste, por exemplo, a uma quinta-feira.

O termo “golf trip” pode estar prestes a adquirir um novo significado. Com o objetivo de analisar a eficácia do uso da psilocibina no desempenho no golfe, o investigador Robin Carhart-Harris pretende obter permissão para realizar uma investigação sobre esta temática, no Juniper Preserve, um resort de golfe com 36 buracos no Oregon. A hipótese a explorar é que a administração de microdoses de psicadélicos ajudarão o jogadores a relaxarem e a tornarem-se mais disponíveis para o treino. É como se se ampliasse a sua capacidade de aprendizagem e, possivelmente, de desaprender alguns hábitos prejudiciais que se estabeleceram, quer na execução do movimento quer nos seus padrões de pensamento. A ideia é incentivar a estarem mais sintonizados com o seu corpo e reduzirem a ocorrência de pensamentos desajustados. O investigador argumenta que o ciclo de pensamentos ruminativos sentido por alguns jogadores de golfe pode ser muito intenso no campo de golfe quando o desempenho é mau. A ideia é permitir que tenham uma experiência controlada que resulta num estado de “afterglow” que levam para o treino ou para a própria competição.

Deixe um comentário