Cultura

Entrevista a Michael Pollan (Visão)

“Recebe-nos via Zoom e começa por dizer que a pandemia o levou a cancelar a viagem para Lisboa: era a prenda de aniversário dos 90 anos da mãe, a quem atendeu o telefone durante a entrevista. Carinhosamente, explicou-lhe que entraria em contacto dentro de minutos e voltou ao tema do novo livro. Em Como Mudar a Sua Mente: O que a Nova Ciência dos Psicadélicos nos Ensina sobre Consciência, Morrer, Dependência, Depressão e Transcendência(Prime Books, 476 págs., €24,90), o bestseller do New York Times, Pollan adota o registo de obras anteriores, entrelaçando história natural, crítica cultural, medicina e relatos na primeira pessoa, dando ao leitor uma ideia lúcida sobre as “viagens”, aos 60 anos (tem hoje 65). 

Considerado pela Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, há uma década, o prestigiado académico desvenda a história dos psicadélicos e de quem os estuda e defende que o acesso não deve limitar-se ao contexto clínico, mas mostra-se cauteloso nesse ponto, tendo em mente as lições da História, que revelam como o entusiasmo irrestrito sobre o potencial revolucionário dos psicadélicos levou à sua proibição durante décadas. 

Ler este livro foi ir e voltar consigo a um lugar que todos temos mas que só alguns se atrevem a ir. O que são os psicadélicos? 
O termo significa manifestação da mente, ou seja, catalisa o que já lá está. Os seus efeitos são imprevisíveis e variam de pessoa para pessoa, pelo que o tipo de experiência obtido pela mesma dose da substância é único. Incluí no livro o LSD, a psilocibina, o DMT e o 5-MeO-DMT, mas não o MDMA (ecstasy), que também tem valor terapêutico, por já ter material suficiente. Porém, vai constar na série da Netflix, que terá quatro partes: LSD, psilocibina, MDMA e mescalina.

O que motivou o boom dos psicadélicos? 
Para minha surpresa, as raízes do uso destas substâncias é muito antiga.

(…)”

Continuar a ler no artigo original (ligação em baixo)

Fonte: Revista Visão
Autora: Clara Soares
Data: Dezembro 2020
Ligação: Publicação original

Deixe um comentário