Criado por especialistas na área, o projeto Psychedelic Safety Flags propõe um sistema de “bandeiras” para identificar sinais de alerta em diferentes contextos psicadélicos, permitindo uma abordagem mais segura e informada a esta realidade.
O conceito das Safety Flags baseia-se na categorização de potenciais riscos em diferentes cores, semelhante ao sistema de bandeiras utilizado nas praias para sinalizar condições de segurança. Os utilizadores podem encontrar informações detalhadas sobre fatores de risco relacionados com saúde mental, o contexto da experiência, a substância utilizada e a preparação do utilizador. O objetivo é fornecer um guia claro e acessível para indivíduos, terapeutas e facilitadores, promovendo um uso mais responsável e consciente das substâncias psicadélicas.
O sistema de bandeiras integra quatro cores diferentes, que se apresentam a seguir (dois exemplos de práticas em cada).
Bandeira verde (melhores práticas): O facilitador…
- “Discute limites e consentimento com os participantes antes de qualquer outra coisa e mantém os acordos de forma consistente”;
- “Avalia a compatibilidade entre o participante e o facilitador, assegurando que as competências e capacidades do facilitador são adequadas para trabalhar com esse participante”;
- (…)
Bandeira amarela (há espaço para melhorias): O facilitador…
- “Utiliza de forma inábil ou experimental métodos para intensificar a natureza psicadélica, dissociativa ou catártica da experiência, recorrendo a uma estimulação excessiva ou caos desnecessário”;
- “Oferece poucas diretrizes ao grupo, transmitindo uma sensação de limites frágeis e falta de estrutura”;
- (…)
Bandeira cor-de-laranja (questões graves): O facilitador…
- “Não consegue ou não quer descrever o estilo, prática e orientação a partir dos quais trabalha”;
- “Não consegue fornecer referências de colegas que validem o seu trabalho com pessoas, dando a impressão de atuar de forma isolada”;
- (…)
Bandeira vermelha (evitar): O facilitador…
- “Rejeita as ideias de consentimento e limites, considerando-as irrelevantes, contraproducentes ou distrações”;
- “Recusa-se a fornecer informações ou alega desconhecer a origem da substância, a sua pureza, os resultados de testes ou a dosagem, pedindo apenas que se confie nele/a”;
- (…)
Adicionalmente, o website inclui ainda ferramentas educativas, recomendações baseadas em evidências e diretrizes que podem ser aplicadas em contextos terapêuticos, recreativos e de investigação. Os criadores do projeto incentivam a colaboração da comunidade, permitindo que especialistas e utilizadores contribuam para o desenvolvimento contínuo do sistema de segurança.