Claudia Schwarz-Plaschg é investigadora e o trabalho incide sobre várias áreas da sociologia da ciência e tecnologia, incluindo o estudo das substâncias psicadélicas. A sua investigação aborda temas como a políticas públicas, regulação e o renascimento do interesse científico e médico nos psicadélicos. Claudia explora a forma como estas substâncias, tradicionalmente marginalizadas e estigmatizadas, estão a ser reintegradas no contexto científico e médico, analisando os desafios éticos, legais e sociais associados. O trabalho de Schwarz-Plaschg contribui para uma compreensão mais ampla de como as políticas públicas e as perceções culturais em relação aos psicadélicos estão a evoluir no século XXI.
Claudia Schwarz-Plaschg esteve à conversa com João Taborda da Gama, jurista e académico português, especializado em direito público, fiscal e regulatório. João Taborda da Gama tem uma vasta experiência como advogado e consultor em várias áreas do direito, prestando assessoria a entidades públicas e privadas. Taborda da Gama é também conhecido pela sua carreira académica, lecionando em várias instituições de ensino superior e contribuindo com artigos e estudos em revistas especializadas. Publicou recentemente o livro “Regular e Proteger: Por uma nova política de drogas” em que discute o fracasso da guerra às drogas, salientando o aumento do consumo, a maior nocividade das substâncias e o desenvolvimento do crime organizado como consequências diretas desta abordagem. Defende uma nova política de drogas que seja humanista, corajosa, pragmática e proporcional, sublinhando a proteção da saúde e a liberdade individual de cada um em alterar a sua consciência.
Em baixo um vídeo com um excerto da conversa, cuja versão completa está disponível na íntegra a Membros SafeJourney.
Pontos fundamentais desta sessão: Já se perguntou como poderiam os psicadélicos ser reintegrados nas sociedades ocidentais, para além do modelo médico? Nesta conversa seão exploradas abordagens inovadoras que desafiam os paradigmas existentes. Está a biomedicalização a abrir caminho para a investigação clínica e a terapia psicadélica dentro de um enquadramento médico, garantindo segurança e eficácia? Ou haverá espaço para uma visão mais ampla? E o que dizer da descriminalização? Será possível reduzir as constrangimentos legais e alargar o acesso, desafiando as limitações de uma abordagem estritamente médica? Como equilibramos o controlo com o aumento do acesso numa potencial legalização, investigando modelos regulados para o uso adulto mais amplo, como os centros de serviço no Oregon? E não esqueçamos o uso religioso e xamânico, que salienta a utilização em contextos religiosos, sublinhando as dimensões espirituais e ritualísticas dos psicadélicos. Como se interligam estas diferentes visões, influenciando e impulsionando-se mutuamente? Quais as perspectivas futuras? Será que a Europa considerará modelos de descriminalização mais amplos e aprenderá com a abordagem multifacetada dos EUA aos psicadélicos? Prepare-se para explorar estas questões e muito mais, enquanto desvendamos o potencial dos psicadélicos em movimentos sociais e científicos.