Num artigo publicado recentemente no Jornal Público, é abordado o fenómeno da crescente oferta de retiros de Ayahuasca em Portugal. Justifica-se esta procura por uma insatisfação dos portugueses com a lentidão dos métodos terapêuticos convencionais. Em Portugal, a legalidade da ayahuasca permanece ambígua, sendo o DMT, um de seus componentes, controlado pela lei. Enquanto os órgãos da ONU diferenciam a Ayahuasca do DMT, os tribunais podem adotar uma visão formalista, criando incertezas jurídicas.
O potencial terapêutico da Ayahuasca, comparado com medicamentos convencionais, é debatido por especialistas neste artigo. Por exemplo, a psicóloga Maria Carmo Carvalho destaca os efeitos antidepressivos e ansiolíticos, enquanto que o psiquiatra Pedro Castro Rodrigues sugere que as substâncias psicadélicas, como a ketamina, mostram resultados promissores no tratamento da depressão resistente.
Contudo, a falta de regulamentação dos retiros de Ayahuasca em Portugal preocupa especialistas, que enfatizam a necessidade de ambientes seguros e práticas adequadas para evitar perturbações psicológicas. A ambiguidade legal complica a regulamentação, deixando um vácuo de responsabilidade entre as autoridades de saúde. Os desafios regulatórios e a procura por uma abordagem terapêutica alternativa levantam questões cruciais que importa discutir, nomeadamente sobre o equilíbrio entre a liberdade religiosa e espiritual, o bem-estar individual e a saúde pública.
Leia aqui o artigo de autoria do jornalista Amílcar Correia no Jornal Público e ouça aqui uma curta entrevista com o jornalista sobre este artigo.