O uso de psilocibina e LSD pode resultar em experiências que variam desde muito positivas a altamente desafiadoras, como medo e paranóia, contribuindo para alguma hesitação por parte de utilizadores e terapeutas quanto à utilização destas substâncias em contextos clínicos como em utilização pessoal ou comunitária. A utilização conjunta de MDMA com psilocibina (vulgarmente denominada de “hippy flipping”) ou LSD (“candy flipping”) tem sido relatada como uma forma de reduzir experiências desafiadoras e intensificar as positivas. No entanto, a investigação é limitada quanto aos efeitos agudos dessa combinação.
Num estudo com 698 indivíduos que planeavam usar psilocibina ou LSD, foi analisada a associação entre a utilização conjunta de MDMA com psilocibina/LSD em 27 participantes, comparando as suas experiências com as das pessoas que utilizaram apenas LDS ou psilocibina. Os resultados mostraram que, em comparação com o uso de psilocibina/LSD isoladamente, a utilização conjunta com uma dose baixa MDMA estava associada a experiências desafiadoras de menor intensidade e a uma maior autocompaixão, amor e gratidão. Os autores não avaliaram a exata dosagem de MDMA neste estudo, embora se possa inferir por outras investigações que deverá situar-se entre os 35 e os 75mg.
Esses resultados sugerem que a utilização conjunta de MDMA com psilocibina/LSD pode atenuar aspectos desafiadores e intensificar experiências positivas. No entanto, o estudo apresenta algumas limitações, incluindo amostra limitada e desenho não experimental. Serão necessários estudos adicionais, incluindo estudos controlados de dose-resposta, para examinar a segurança da combinação em participantes saudáveis e em amostras clínicas, contribuindo assim para tratamentos personalizados.
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