Este artigo da Revista VISÃO Saúde aborda a relação entre a psilocibina (substância presente em cogumelos “mágicos”) e o seu crescente interesse na ciência e na cultura contemporânea. Inicialmente explorada por figuras como R. Gordon Wasson e popularizada nos anos 1950-60, os estudos sobre psicadélicos foram interrompidos pela proibição durante o movimento de “contracultura” nos Estados Unidos da América. Recentemente, a evidência científica tem mostrado que a psilocibina pode ser eficaz no tratamento de doenças mentais resistentes a tratamento convenvional.
A substância, que atua nos receptores de serotonina do cérebro, é considerada uma substância bastante segura, com uma taxa de risco muito menor que outras substâncias psicoativas legais, como o álcool ou o tabaco. Apesar disso, existem ainda alguns desafios quanto à regulamentação da psilocibina e ao uso terapêutico seguro, especialmente devido à falta de consenso sobre que tipo de psicoterapia que deve acompanhar o tratamento e em que moldes.
O artigo destaca preocupações em relação à psilocibina apesar de seu potencial terapêutico. Uma destas preocupações é a falta de um protocolo psicoterapêutico padronizado, essencial para garantir a segurança do tratamento e eficácia. Os especialistas alertam que reduzir o apoio psicológico durante o uso clínico pode diminuir a eficácia e a segurança. Também se discute a necessidade de mais investigação para legalizar o seu uso fora de ensaios clínicos.
Há ainda receio por parte de alguns legisladores que o seu consumo recreativo, embora já esteja descriminalizado em alguns países sem nenhum problema identificado, possa resultar em experiências negativas, como ansiedade e pânico, especialmente para utilizadores inexperientes. No entanto, países como Austrália e Suíça, já permitem o seu uso médico, enquanto outros países e regiões aguardam a legalização completa (ver quadro em baixo).
